Fui assombrado pelo sentimento sem raíz...esse...
Paixão curta,sem terra, paixão de verão com 365 dias, um ano após outro sem fenecer.
Um Verão de paixão que por muito curto que deveria ser se conserva.
E se, como dizem,curto é o Verão e as suas paixões porquê a saudade que me mantém preso?
Vai chover por aí, o frio vai obrigar a aumentar a temperatura do meu corpo com agasalhos, demais artefactos e artificios... mas o Verão, esse verão perdura, nem tudo muda.
Não vai sair da pele e até de olhos fechados continuarei a ver o girassol e as sete mil setecentas e setenta e sete gerberas que me proporcionam e perpetuam a presença da saudade.
O calor, o cheiro, os salpicos salgados de maresia, a música, a pele, os sinais do corpo percorridos e mantidos na memória também e sempre sem olhar.
Não existe o fim para as coisas contrárias ao ódio, cada objecto precioso com que me cruze na viagem não tem limite e este sentimento é a razão. Mesmo cheio de defeitos guardo-o como nosso até quando o ar na latrina se esgotar.
Vem já, falta pouco para o jantar de novo no terraço a tocar as nuvens, os duches, acordar a rir, porque o sol nos entra pela janela, a nossa janela.
Hoje, a um mês do aniversário é o dia certo, como poderia ser qualquer outro, para pensar em que armário, em que caixinha de música guardar o amor amarrado em fitinhas de cetim.
Na viagem conheci o amor e com ele a certeza que só um é, rosto a rosto percebi que será sempre, apenas e só nosso aquele.
O amor, o amor, dança-se mais, sorri-se muito mais, beija-se no amor, não se dão beijos...nunca apetece dormir porque as horas tem asas de borboleta, têm outro tempo, o tempo que se faz a dois em que a luz brilha diferente, brilha de dentro de nós.
Os corpos têm "jiolhos" e o amor, o amor não tem olhos e apaixona-se para a eternidade.
(lilac)
3 comentários:
Então...
Claro. O amor têm o seu proprio tempo, tem as suas proprias palavras, tem os seus proprios sentidos, lembranças...
Tem vida !!!
Beijinho
Sim, isto... a que muitos chamam de desconhecido, platónico, impossível, outros o chamam simplesmente de nada. É mais fácil viver nesse propósito, deixa-lo passar ao lado. Eu percorro o caminho difícil, alguém me acompanha? Posso ir só, ele me aconchega, me ajuda, me levanta, me abraça. Com ele eu... tudo!
E para relembrar os amores que começam e terminam de uma forma diferente da convencional...
Though the radiance
which was once so bright
Be now for ever taken from my sight,
Though nothing can bring back the hour
Of splendour in the grass,
of glory in the flower,
We will grieve not, rather find
Strength in what remains behind;
In the primal sympathy
Which having been must ever be;
In the soothing thoughts that spring
Out of human suffering;
In the faith that looks through death,
In years that bring the philosophic mind.
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