E depois queríamos um preto. Um preto que não há. Onde um buraco sem fim não se visse. Desejávamos a alienação do consciente. Imediata. Inexplicável. Ininterrupta.
Esperávamos conseguir assim, de braços abertos, que no interior do peito explodisse a imensidão que nos sufoca. Que rasgando carne e ossos saísse disparada e se estatelasse na parede mais próxima.
Ficaríamos a morder um vazio sem fim. Sem ressentimentos. Tudo preto.
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1 comentário:
Continuas especial e fantástico. Que bom!!!
O preto, o dos nadas, garanto já ter conhecido. Porém, confronto-me acerca da sua cor real pois entendo que o vazio era imenso.
"O ressentimento"... Penso poder-lhe chamar sentimento. Algo que não queria dentro de mim mas que existe. Exactamente como refere o texto, ou pelo menos da forma como o entendi, dada a não libertação do Eu, nos momentos certos.
Abraço,
Lost
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